Editorial
Espera demais por um direito
Como já tratado em algumas oportunidades neste Jornal em reportagens e espaços de Opinião, um dos grandes desafios a serem superados no País continua sendo o gigantesco déficit habitacional. Para fim de refrescar a memória, vale trazer novamente números locais, de Pelotas, sobre o tema. No Município, a estimativa é que faltem em torno de 13,6 mil moradias. Se levadas em conta as casas existentes, mas sem condições básicas para convivência adequada por excesso de moradores, por falta de banheiro, água, esgoto e coleta de lixo ou, ainda, até pela inexistência de registro fundiário, essa carência salta para 48 mil residências.
Tais informações se tornam relevantes diante de ao menos uma boa nova nessa seara. Como mostra matéria na página 3 desta edição, um acerto entre o governo do Rio Grande do Sul e a Caixa vai permitir que 238 casas sejam finalmente concluídas, após seis anos de espera por parte dos futuros moradores. Com obras paradas, as 238 moradias do Loteamento 25 de Julho estão incluídas no pacote confirmado pelo Piratini, que contempla a finalização de quatro mil residências em sete cidades gaúchas. Dentre estas, estão também 1,4 mil em Rio Grande.
Chama atenção que, mesmo diante de um problema sério e de primeira ordem como a moradia – condição essencial para uma vida digna de qualquer cidadão – ainda se leve tanto tempo para dar solução a um problema como o do Loteamento 25 de Julho. Sobretudo em se tratando de casas praticamente prontas, com as estruturas já construídas e necessitando das instalações hidráulica, sanitária e elétrica para que serem habitadas. Certamente algo que, além de causar ansiedade em quem espera para ter um lugar para chamar de seu, provoca indignação pelo passar do tempo sem respostas práticas. Ainda mais quando estas pessoas percebem que há, nos últimos anos, uma nítida queda de investimentos públicos e privados em habitações para cidadãos com faixas de rendas menores.
A expectativa é que a solução encontrada e anunciada pelo governo do gaúcho junto à Caixa com vistas ao Loteamento 25 de Julho e outros vinculados a cooperativas habitacionais seja um primeiro passo na direção de enfrentar o déficit de moradias. Não só em Pelotas, em Rio Grande e no Estado. Há necessidade urgente de retomada de uma política de construção ágil e eficiente de casas, sem esquecer da infraestrutura e serviços complementares. Tem muita gente sonhando com isso e dependendo dessa oportunidade para tentar novos saltos rumo a mais dignidade.
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